sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Espíritos em Prisão.



1 PEDRO 3:18-22 , 4:1-6

O estudo aqui tratado desta parte das Escrituras, não foi extraído, nem inspirado em literatura alguma que se trata deste assunto. O único livro usado para pesquisa deste assunto foi a Bíblia sagrada, com o dicionário Bíblico. A única pessoa consultada foi a Trindade Santa, na pessoa do Espírito Santo. Não quero dizer com isso, que não haja homens conhecedores das escrituras, pois bem sei que existem muitos. O fato de depender somente do Deus Trino para entender esta parte das escrituras é devido há muitas interpretações que existem com respeito a este texto das Escrituras. Não me busquei destacar como o centro da verdade, mas busquei a verdade, pois para mim é muito abençoador conhecer ou buscar conhecer os mistérios de Deus.
Este estudo durou alguns meses, foi muito difícil, tive muitas dificuldades, mas penso ter conseguido alcançar o objetivo.
Devido a ser um texto com muitas interpretações, não peço que aceitem como verdade única, mas que avalie com amor, e sobre tudo buscando a orientação do Espírito Santo, e que Deus pois possa nos abençoar.

“Pregou aos espíritos em prisão”

A – Jesus foi ao inferno literalmente ?
B – Se foi, foi antes ou depois da ressurreição ?
C – Em que estado de existência foi Jesus ao inferno ?
D – O que Jesus foi fazer no inferno ?
E – Qual o significado do nome inferno ?

Penso que seria impossível a qualquer homem discernir esta parte das escrituras, como tantas outras, sem que haja a orientação do Espírito Santo, veja:

“Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ENSINARÁ todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito.” Jo 14.26

“Toda Escritura é divinamente INSPIRADA e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça” 2 Tm 3.16

“Sendo ILUMINADOS os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos.” Ef 1.18

“Para que os seus corações sejam animados, estando unidos em amor e enriquecidos da PLENITUDE do entendimento para o pleno conhecimento do mistério de Deus-Cristo.” Cl 2.2

Vamos começar com a pergunta da letra E, pois é necessário que entendamos com clareza o que significa o nome inferno, para que possamos compreender o sentido desta parte das escrituras.
No Antigo Testamento, a palavra trasladada para inferno é sheol (como em Dt.32.22), a qual é traduzida trinta e quatro vezes ou por sepultura ou por inferno, como em (Gn. 37.35 e Nm.16.30). Ora, sheol significa lugar para onde vão os mortos, sem distinção de bons e maus, de felicidade e sofrimento, (Sl.16.10 com Nm.16.30). No Novo Testamento o nome inferno é, em dez lugares, uma tradução da palavra grega hades. Hades na significação geral, corresponde a sheol.
Entendemos então que: inferno é igual a sheol, que é igual a sepultura, que é igual a hades.
Como vimos no Antigo Testamento, sheol ou sepultura, têm o mesmo significado de inferno ou hades, é o lugar para onde iam os mortos, sem distinção de bons ou maus, felicidade e sofrimento.
Já no Novo Testamento, o próprio Jesus, Senhor de toda sabedoria e ciência, mostra-nos uma separação entre justos e injustos.
Em fim, vimos três sentidos do nome inferno que são: sheol, hades e sepultura. Vamos fazer agora destes quatro nomes um só, porém com dois significados, que diferenciam um do outro. Destes quatro nomes usaremos somente o nome inferno, visto que os outros três tem o mesmo significado. Já sabemos o significado no hebraico e no grego do nome inferno.
No Evangelho segundo São Lucas capítulo 16.19-31 encontramos a seguinte narração:

“Veio a morrer o mendigo e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio.” Lc 16.22-23

Ora, o mendigo Lazáro também morreu, e bem sabemos que todos os que morrem são sepultados, seja pela terra, pela água ou pelo fogo.

“Porque o salário do pecado é a morte.” Rm 6.23

Embora o texto não mencione o sepultamento do mendigo Lázaro, sabemos que ele foi, pois morreu. E aqui, agora, aparece um mistério revelado de Deus, vejamos. Ambos foram sepultados, tanto o rico como Lazáro e agora aparecem dois significados de uma mesma palavra inferno.
Lembrando que sheol é igual à sepultura, que é igual hades que é igual a inferno. Eis agora as diferenças: prestem atenção, ambos, o rico e Lazáro morreram e foram sepultados, porém, o rico antes mesmo do seu corpo carnal descer ao inferno (sepultura), a sua alma desceu ao mais profundo inferno , que é um lugar de tormento, e só sairá dali no dia do juízo final do grande e glorioso Deus, e isto para ser lançado para sempre no lago de fogo.

“E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo.” Ap 20.14-15

Conseguiram observar os dois significados de uma mesma palavra? Reveja:

- Primeiro: inferno é igual a sepulcro.
- Segundo: inferno é igual a lugar de tormento.

No caso de Lazáro, ele também foi ao inferno, porém no primeiro sentido da palavra que é sepulcro e aqui após a sua morte, aparece um outro destino para os que passam pela morte, mas são de Cristo, ao contrário do rico. Antes mesmo de Lazáro ser sepultado, no momento da sua morte, os anjos de Deus vêm e o leva para o seio de Abraão, que significa lugar de honra ou paraíso. Como disse Jesus ao ladrão na cruz:

“Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” Lc 2.43

E foi justamente deste lugar que apareceram Moisés e Elias conversando com Jesus na transfiguração:

“Cerca de oito dias depois de ter proferido essas palavras, tomou Jesus consigo a Pedro, a João e a Tiago, e subiu ao monte para orar.Enquanto ele orava, mudou-se a aparência do seu rosto, e a sua roupa tornou-se branca e resplandecente. E eis que estavam falando com ele dois varões, que eram Moisés e Elias, os quais apareceram com glória, e falavam da sua partida que estava para cumprir-se em Jerusalém.” Lc 9.28-31

Observe que Moisés já havia morrido acerca de 1500 anos e Elias acerca de 1000 anos e também foi por isso que Jesus disse que Deus é o Deus dos vivos, e não dos mortos, referindo-se a Abraão, Isaque e Jacó.

Conclusão:
Todos os que morrerem antes da volta de Jesus, vão no corpo carnal ao inferno, com o sentido de sepultura, tanto justos como injustos, por causa do salário do pecado. E foi justamente por isso que Jesus disse em Mt.16.18:

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”

Jesus disse que ainda hoje as portas do inferno, que significa portas do sepulcro, prevalecem contra a sua Igreja, porém quando a Igreja estiver totalmente edificada, isto é, quando todos os escolhidos tiverem sido alcançados, todas as portas do inferno (sepulcro), terão que se abrir, para que a Igreja ressurja gloriosa para todo o sempre. Enquanto isto não acontece, os justificados por Jesus Cristo, vão para Deus, num lugar de honra, um paraíso, aguardando o dia em que serão ressuscitados, revestidos de um corpo glorificado a semelhança do de Jesus, para reinarmos com Ele segundo a sua promessa e isto para que, eles, os que dormem no Senhor, não sejam aperfeiçoados sem nós, os que receberemos o nosso Senhor vivos.

"E todos estes, embora tendo recebido bom testemunho pela fé, contudo não alcançaram a promessa; visto que Deus provera alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados.” Hb 11.39-40

Porém os que não são de Cristo, descem imediatamente após a morte ao profundo inferno (um lugar de tormento, sofrimento e angustia). Observe o gráfico abaixo:
ANTES DE CRISTO
SEOL/HADES=SEPULTURA E INFERNO
Salvos - Paraíso
Perdidos - Abismo ou Lugar de Tormento
*Tantos os salvos quantos os perdidos desciam, pois o Paraíso localizava-se em baixo da terra, num nível mais acima do Inferno.
DEPOIS DE CRISTO

Vamos agora abrir um parêntese e meditar naquilo que a maioria de nós entendemos do nome inferno. Vejamos, entre nós quando se pronuncia o nome inferno o que vem as nossas mentes, visto que é assim aprendemos é que, inferno é o lugar para onde vão as almas dos que não são de Cristo, um lugar de tormento. Penso que devido a este entendimento que podemos chamar de incompleto ocorre uma dificuldade muito grande em assimilarmos com clareza alguns ensinamentos essenciais das escrituras e por este motivo uma grande parte dos pregadores prefere não pregar sobre determinados textos Bíblicos, por acharem ser de difícil interpretação e polêmicos, e devido a isto optam por ensinar apenas os princípios Bíblicos e quando o ensinam. Porém o escritor aos Hebreus iluminado pelo Espírito Santo, nos exorta a:

“Pelo que deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição...” Hb 6:1

Porém fica claro que sempre ou simultaneamente precisaremos destes princípios, pois sempre haverá pessoas recém convertidas que necessitarão destes ensinamentos, entretanto, nós devemos prosseguir crescendo na graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. E porque insistirmos tanto na compreensão do nome inferno? É porque este texto a ser tratado necessita muitíssimo deste entendimento. Visto o significado do nome inferno, voltemos ao ponto.

A - Jesus foi literalmente ao inferno?

Bem, o primeiro texto Bíblico que trataremos deste assunto é o de Salmos 16.9-10.

“Também a minha carne repousará segura.” Sl 16.9b

“Pois não deixarás a minha alma no inferno.” Sl 16.10b

Vejamos que, a aplicação do nome inferno neste texto, tem o significado de sepultura. Por quê? Observe que no Sl.16.9b, o salmista faz referencia ao corpo carnal de Jesus, aquele mesmo corpo que Ele foi crucificado, veja:

“também a minha carne repousará segura” Sl 16.9

Em atos dos Apóstolos capítulo 2.31 e 13.35-37, diz:

“Prevendo isto, Davi falou da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção” At 2.31

“Pelo que ainda em outro salmo diz: Não permitirás que o teu Santo veja a corrupção. Porque Davi, na verdade, havendo servido a sua própria geração pela vontade de Deus, dormiu e foi depositado junto a seus pais e experimentou corrupção. Mas aquele a quem Deus ressuscitou nenhuma corrupção experimentou.” At 13.35-37

Quando o Apóstolo diz que a carne de Jesus não viu a corrupção, é referente ao fato de sua carne não ter sequer entrado em estado de decomposição, ou seja, mesmo depois de morto, e já ao terceiro dia de sua ressurreição, o seu corpo permaneceu intacto, sem deterioração alguma.
Já por este fato de que o corpo de Jesus não se corrompeu, entendemos que a aplicação do nome inferno neste texto, tem o significado de sepultura e isto pelo simples fato de entendermos que após a morte, as pessoas passam do estado carnal espiritual para o espiritual.
Se descerem ao profundo lugar de sofrimento (inferno que conhecemos) descem em espírito, se sobem ao paraíso, sobem em espírito. Lembra-se do que disse Jesus ao ladrão arrependido na cruz?

“Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no PARAÍSO.” Lc 23.43

Seu corpo morto lá na cruz, porém, sua alma no paraíso com Cristo e do mesmo modo o outro malfeitor, seu corpo carnal na cruz, mas a alma no inferno (lugar de tormento) por não se arrepender. Se entendermos que o corpo carnal fica na sepultura, entendemos também que o nome inferno neste texto de Sl.16.10, significa sepultura e não lugar de tormento.
Entretanto, precisamos ainda, por mais um pouco meditarmos e entendermos o versículo 10 do Sl.16, pois neste trata da Alma de Jesus e não do corpo, vejamos:

“Pois não deixarás a minha alma no inferno” Sl 16.10b

Precisamos primeiro entender o significado de Alma. Ela é o centro de nossas decisões, quem conduz as nossas ações e atitudes, é quem decide fazer as vontades dos pensamentos ou não.
Quando diz:

“Pois não deixarás a minha alma no inferno” Sl 16.10b

Está se referindo ou é uma referência relativa aos ideais, práticas, afirmações verdadeiras cumpridas ou a se cumprir, que são as promessas feitas por Jesus durante o seu período de vida terrena. E sabemos que todas estas afirmações convictas feitas por Jesus, foram feitas a partir da Alma e do Espírito, sendo o corpo o instrumento pelo qual segundo a vontade de Deus, pode tornar possível, visível este fato, veja:

“Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e sangue, também ele semelhantemente participou das mesmas coisas, para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo.” Hb 2.14

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” Jo 1.14

Não deixar a Alma no inferno (sepultura), significa basicamente o que está escrito em Mt 24.35:

“Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão.” Mt 24:35

Lembrando que Jesus é o Verbo de Deus e as suas palavras foram espirituais, vindas da Alma, e não poderiam passar do terceiro dia no inferno (sepultura), justamente por está escrito.“Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão” Mt.24:35
Dentre muitas promessas pronunciadas por Jesus, podemos ver uma referente a sua morte e ressurreição, veja:

“Tomando Jesus consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém e se cumprirá no filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; pois será entregue aos gentios e escarnecido, injuriado e cuspido e depois de o açoitarem, o matarão e ao terceiro dia ressurgirá.” Lc 18.31-33

Se o fato de Jesus ressuscitado não tivesse ocorrido, verdadeiramente a sua Alma (verbo, palavras), teria permanecido no inferno (sepultura), e justamente aí Ele teria sido derrotado pela morte e o inferno. Mas graças a Deus que suas palavras nunca passam e Ele ressuscitou, aleluia!!! Por isso dizemos pela palavra de Deus que, esta afirmação do Sl 16.10:

“Pois não deixarás a minha alma no inferno”.

É uma referência à vitória de Jesus sobre a morte e o inferno (sepultura), sendo que neste caso, a aplicação do nome inferno é uma referência à sepultura e não ao inferno (lugar de tormento). Entretanto entendemos que Jesus esteve também no inferno (lugar de tormento).
Vamos rever agora a primeira pergunta.

A- Jesus foi literalmente ao inferno (lugar de tormento)?

Como acabamos de ver e ainda faremos mais uma observação, o primeiro significado do nome inferno que Jesus esteve é o de sepultura. Quando o texto diz: “Pois não deixarás a minha alma no inferno.”

Vimos que se trata de sepultura, que é o primeiro significado aqui tratado do nome inferno. Uma pergunta que poderíamos fazer e talvez alguns façam. Como poderia a sepultura carnal reter a alma que é espiritual? Pois ficou claro que no caso do Sl.16.10 o significado do nome inferno é o de sepultura. Gostaríamos que observassem com bastante atenção o que vamos tratar agora.
Quando diz: “Pois não deixarás a minha alma no inferno.”
Sabemos e repetimos que o nome inferno aqui significa sepultura. E como pode uma sepultura reter a Alma? Veja, Jesus morreu em um corpo carnal a semelhança do nosso e foi sepultado e com Ele também as esperanças de seus discípulos, veja:

“Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de remir Israel e além de tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.” Lc 24-21

Parecia que tudo estava acabado, os fariseus cantavam vitória e os seus discípulos estavam sem esperança. A vida de Jesus consistiu à primeira vista, naquilo que Ele fez e prometeu e com a sua morte parecia que tudo tinha chegado ao fim. Quando o a Escritura diz que: “Pois não deixarás a minha alma no inferno (sepultura)”.

Não estava dizendo que a sua Alma estava presa ao seu corpo carnal, pois quando Jesus expirou disse:

“Jesus, clamando com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou.” Lc 2.46

A alma é justamente o comando de nossas vidas, tanto carnal como espiritual e daí que entendemos que no momento em que se vai a vida deste corpo carnal, a Alma segue para o reino espiritual e não permanece com o carnal. Vemos que a Alma é uma só e é espiritual e imortal, não existem duas almas. Mas agora, para nós, existem duas formas de vida, a carnal e a espiritual, e ambas são comandadas pela Alma, só que na morte do corpo carnal, a Alma segue para o reino espiritual, como vimos. E no caso de Jesus não foi diferente, entretanto a aplicação no que concerne a Alma de Jesus tratada no Sl 16.10, como já vimos é uma referência as suas promessas e a todas as suas palavras, e Ele mesmo pois: “Deus é Espírito”.
E agora quero falar de um segundo corpo, que é o glorificado. E o que é este corpo? É justamente uma transformação que ocorrerá em nossos corpos carnais, que serão glorificados e se tornarão incorruptíveis e imortais, veja:

“Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis e nós seremos transformados.Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade.Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória” 1Co 15.51-54

Jesus disse que ressuscitaria ao terceiro dia e isto aconteceu e quando isto ocorreu, houve uma imediata transformação no corpo de nosso Senhor Jesus. Aquele corpo carnal que fora sepultado, se transformou subitamente em um corpo glorificado, no qual Ele ressuscitou. Neste momento Alma e Espírito, passam a habitar um corpo glorificado, imortal e incorruptível, e aí se cumpre Sl .16.10:

“Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei?”

Jesus é o único a ter Alma e Espírito habitando um corpo glorificado, pois foi o único até agora a vencer a morte e o inferno (sepultura). Quando se fala em inferno logo se associa a um lugar de tormento e simplesmente isto, por este motivo se fez necessário abrir um espaço neste estudo para que observássemos o primeiro significado do nome inferno. Passemos agora então ao seu segundo significado, que chamaremos de lugar de tormento, conforme Lucas 16.

“No inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.” Lc 16.23-24

E é justamente este segundo significado do nome inferno, que é o ponto central deste estudo.
Lendo a primeira carta do Apostolo Pedro capítulos 3.18 a 4.1-6, encontramos um assunto dos mais polêmicos das Escrituras Sagradas. E justamente por ser considerado polêmico, muitos preferem não encará-lo como uma verdade Bíblica declarada e entendível, e sim como um assunto complicado e de difícil entendimento, e isto se agrava ainda mais pelo fato de existirem varias correntes de pensamentos, renomados teólogos com pensamentos diferenciados. E este fato não ocorre somente com esta parte das escrituras, mas com muitas outras. Penso que possam existir muitos pensamentos, porém uma só verdade, e esta verdade só o Espírito Santo a pode tornar clara, pois é Ele o Sumo professor enviado por Jesus que disse:

“Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras.” Jo 16.13

A titulo de exemplo, olhemos para Jesus. Os fariseus viviam tentando contradizer a Jesus usando as Escrituras, porém a última palavra era sempre de Jesus, a qual podemos chamar de palavra de autoridade, e calava a todos com suas interpretações errôneas, e na maioria das vezes, no caso dos fariseus isto acontecia por causa da dureza de seus corações. Lembra-se do que diz a palavra de Deus:

“Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.” Jr 29.13

E talvez este seja o grande problema. Com que intenção buscamos entender as Escrituras e o poder de Deus? Podemos buscar entender de varias formas, e com varias intenções, mas só compreenderemos a verdade se for de todo o coração, e para a aplicação no crescimento do reino de Deus. Porém há outro cuidado que devemos ter: é com o coração, pois Deus conhece as nossas intenções, e muitas vezes tentamos conscientes ou não enganar a Deus e a nós mesmos com as nossas “boas intenções”, lembre-se do que diz a escritura:

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?” Jr 17.9

Vejamos agora o segundo significado do nome inferno, e para maior compreensão leiamos Lc.16.23-31:

“No inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós. Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender. Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.” Lc 16.23-31

A primeira observação que podemos fazer deste texto é que já aqui, aparecem dois significados do nome inferno, no vers. 22 aparece o primeiro quando diz:

“morreu o rico e foi sepultado”.

Sepultura, como já vimos é o primeiro significado do nome inferno, e imediatamente no vers. 23 diz:

“no inferno estando em tormento...”

Agora no vers. 23 aparece o segundo significado, e este é o que chamamos de lugar de tormento.
Como já vimos, Jesus nosso Senhor, esteve no inferno com o seu primeiro significado que é o de sepultura, e isto não podemos negar. Agora, porém, passaremos a observar nas Escrituras Sagradas, na total dependência do Espírito Santo, se Jesus esteve no inferno com o seu segundo significado. Bem, o texto sagrado que trata diretamente deste assunto é o de 1 Pedro capítulo 3.18-22 e 4.1-6 , vejamos:

“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão, os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água. Que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, o batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo O qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências.”1Pe 3.18-22

“ORA, pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com este pensamento, que aquele que padeceu na carne já cessou do pecado; Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus. Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias; E acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós. Os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos. Porque por isto foi pregado o evangelho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito.” 1 Pe 4.1.-6.

Não daria para abordarmos agora detalhadamente cada versículo, mas com a direção do Espírito Santo, procuraremos fazer um resumo direto deste assunto. Vejamos então primeiramente as perguntas iniciais que estão no inicio deste estudo, e que gradativamente iremos inserir na explanação deste assunto, a primeira pergunta é:

A- Jesus foi literalmente ao inferno (lugar de tormento)?

A escritura é categórica ao afirmar que sim, veja 1Pe.3.19

“No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão;”

Veja que há uma afirmativa. Existe um questionamento que estes seriam espíritos de anjos caídos, mas isto não prevalece. Por quê? Veja o versículo 20, o Espírito diz :

“Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água.”

O primeiro descredenciamento de que não são espíritos de anjos caídos aparece quando a Escritura diz acerca do tempo em que estes viveram e praticaram rebeldia, pois diz que foi nos dias de Noé. Bem sabemos que os anjos já existiam há muito tempo, antes da fundação do mundo, eles não são dos dias de Noé, e ainda existe um outro aspecto quando a escritura se refere quanto à longanimidade, veja:

“...quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé.”

Não há nas escrituras nenhuma narrativa que se refira à longanimidade de Deus para com os anjos caídos. Quero agora fazer uma observação. Penso que não ouve longanimidade de Deus com os anjos caídos, e digo por quê. Primeiro, eles habitavam no céu de Deus, conheciam e conhecem a Deus, veja:

“Ah! que temos nós contigo, Jesus, nazareno? vieste destruir-nos? Bem sei quem é: o Santo de Deus.” Lc 4.34

Segundo eles eram e continuam sendo seres imortais. Terceiro, eles habitavam na glória, viviam em glória a ponto de Satanás se chamar Lúcifer, que significa anjo de luz, e eram cheios de sabedoria, veja:

“..com efeito és mais sábio que Daniel; não há segredo algum que se possa esconder de ti. Pela tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste para ti riquezas, e adquiriste ouro e prata nos teus tesouros. Pela tua grande sabedoria no comércio aumentaste as tuas riquezas, e por causa das tuas riquezas eleva-se o teu coração;portanto, assim diz o Senhor Deus: Pois que consideras o teu coração como se fora o coração de um deus.” Ez 28.3-6

“Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-te: Assim diz o Senhor Deus: Tu eras o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura.Estiveste no Éden, jardim de Deus; cobrias-te de toda pedra preciosa: a cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados.Eu te coloquei com o querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras afogueadas.Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que em ti se achou iniqüidade.” Ez 28.12-15

Mesmo tendo tido todo este privilégio, que nós ainda nem conseguimos imaginar de tão grande que são estes se rebelaram contra Deus, e como conseqüência disto foram expulsos do céu, por isso digo que não houve longanimidade de Deus para com os anjos rebelados.

“Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo.” 2 Pe 2.4

Logo, se viveram nos dias de Noé, e se houve longanimidade de Deus para com eles, demonstra que são espíritos de homens e não de anjos. Agora vamos a segunda pergunta.

B- Se Jesus foi ao inferno (lugar de tormento), foi antes ou depois da ressurreição?

Existem alguns fatos que deixam claro que Jesus foi ao inferno depois da ressurreição, e não antes, e veremos agora. Primeiro, em 1Pe 3.18 diz :

“...mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito.”

Observe no versículo acima, que enquanto Jesus estava vivo e depois de morto na sepultura, não há referencia de que Ele tenha ido ao inferno, mas isso só acontece depois que ele é vivificado pelo Espírito. Só depois que o Espírito da vida a Jesus é que Ele vai e prega aos espíritos em prisão.Vivificar, este termo significado dar vida, Paulo em sua primeira carta aos Coríntios cap.15.22, usa o mesmo termo referindo-se a ressurreição dos que dormem em Cristo.

“Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo”.

Existe ainda um outro seguimento que diz que Jesus teria ido em Espírito, porém este argumento não esta alicerçado na Palavra, pois o Espírito é imortal e sendo assim como o Espírito Santo vivificaria o qual nunca morreu, isto é, o Espírito de Jesus.
Entendemos então que a aplicação do texto é referente à ressurreição de Jesus, que é a transformação do corpo de Cristo, em um corpo glorificado. E apesar deste novo corpo poder ser tocado e também se alimentar, tocar sim, pois Jesus mandou que Tomé o tocasse e, se alimentou quando depois de ressurreto comeu com os discípulos, mas apesar de poder ser tocado e de alimentar-se, é um corpo glorificado e espiritual, pois apesar de estarem às portas fechadas onde os discípulos estavam reunidos, Jesus apareceu entre eles, e com isso já respondemos a terceira pergunta que segue.

C- Em que estado de existência Jesus foi ao inferno?

Ora, se Jesus foi depois de ter sido vivificado pelo Espírito, entende-se que Ele foi com o corpo ressurreto, ou seja, com o corpo glorificado. E isto fica fácil de entender se observarmos a quarta pergunta que segue.

D- O que Jesus foi fazer no inferno (lugar de tormento)?

A primeira afirmativa diz que Ele foi pregar.

“No qual foi e pregou aos espíritos em prisão” 1 Pe 3.19
E a segunda diz que Ele pregou o evangelho.

“Porque, por isto, foi pregado o evangelho também aos mortos” 1 Pe 4.6.

Observe que Jesus foi pregar o evangelho, que significa boas novas, que é a revelação da graça de Deus, que Cristo veio pregar, e que se manifesta na sua vida, morte e ressurreição, significando para os homens salvação e paz. Em 1Pedro 4.6 diz:

“Porque, por isto, foi pregado, o evangelho também aos mortos”

E porque foi pregado o evangelho também aos mortos? Sabemos que a palavra de Deus não volta vazia, ou seja, ou ela salva o pecador ou condena-o, e no capitulo 4:5 de 1Pedro vem a resposta do porque o evangelho foi pregado também aos mortos, veja:

“Os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos.”

Jesus não foi pregar para que eles se salvassem porque como já vimos a palavra de Deus não volta vazia ou ela salva ou condena e no caso daqueles já estavam condenados, mas para que Ele estivesse preparado para julgar os vivos e os mortos. Entretanto fica claro a ida de Jesus ao inferno, depois da ressurreição. Primeiro, diz que Ele foi pregar o evangelho, que são boas novas a qual já vimos o significado, e se Ele foi pregar o evangelho que fala da sua vida, morte e ressurreição, só poderia ter ido depois de ressurreto, pois como Jesus pregaria para aqueles que já haviam morrido em seus corpos carnais (muito embora vivesse espiritualmente, 1Pedro 4.6), se não houvesse ressuscitado? Jesus não pregaria para aqueles, a ressurreição dos mortos, se não tivesse vencido a morte e o inferno (sepultura), a qual vitória ocorreu com a sua ressurreição.
Primeiro qual foi o tipo de mensagem que Jesus pregou?
Segundo, como foi anunciado o evangelho aos mortos?
Terceiro, e o que representou isto nas regiões terrestres e celestes?

O tipo de mensagem podemos chamar de mensagem esclarecedora da justiça de Deus, lembrando que Deus é chamado de o justo juiz.

“Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” 2 Tm 4.8

Primeiramente, penso que Jesus mostrou para aqueles o porquê deles estarem ali, e ficaria muito esclarecedor observarmos isto à luz da palavra de Deus. A Bíblia diz que Noé foi pregoeiro da justiça.

“E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios.” 2 Pe.2.5

Noé avisou aquele povo sobre as suas maldades, violências, corrupções e tanto mais; e que devido a isto Deus traria juízo sobre eles com um dilúvio, mas eles não creram. Noé construía a arca e pregava o juízo de Deus, dizendo para que eles se arrependessem, mas ainda assim não creram. Noé termina a arca, prega para que se arrependam, mas ainda não creram. Noé entra na arca, e eles continuam incrédulos e escarnecedores, até que veio o dilúvio e os consumiu a todos. Tudo isto fez Noé por dezenas de anos, e eles não se arrependeram e pereceram com as águas do dilúvio e ainda foram para o inferno por não crerem. E agora vivendo eles no inferno em espírito, conforme 1Pedro 4.6:

“Pois é por isto que foi pregado o evangelho até aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito.”

Jesus aparece e lhes anuncia o evangelho, o qual Noé creu pela fé, pela qual foi feito herdeiro da justiça.

“Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, sendo temente a Deus, preparou uma arca para o salvamento da sua família; e por esta fé condenou o mundo, e tornou-se herdeiro da justiça que é segundo a fé.”

Penso que Jesus primeiramente lhes apresentou o significado do dilúvio, e o que representou o dilúvio ontem, e qual a sua figura hoje, mostrou-lhes porque eles pereceram com as águas do dilúvio e Noé e os seus não. Primeiramente, veremos o significado do dilúvio, e para entendermos o significado do dilúvio veremos primeiro o significado do batismo, que é figura do dilúvio. 1Pdero 3.20-21:

“Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas, isto é, oito almas se salvaram através da água, que também agora, por uma verdadeira figura-o batismo, vos salva, o qual não é o despojamento da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo”.

Sabemos que o batismo simboliza o sepultamento da carne e suas paixões, fica claro porém que não é o despojamento da imundice da carne, pois enquanto estivemos habitando este corpo carnal pecamos, mas é o símbolo de uma boa consciência para com Deus pela ressurreição de Jesus Cristo, a qual conhecemos como sendo vida em espírito. Gálatas 5.16

“Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne.”

Ou seja, quando nos batizamos. devemos ter a consciência de que estamos sepultando a carne com suas paixões, e nos comprometendo com Deus a andar em espírito, pois somos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ainda que habitando em um corpo carnal, nos comprometemos a rejeitar os desejos pecaminosos da carne e buscarmos fazer a vontade de Deus, pois sabemos que Deus é Espírito, e importa que os que o adorem o adorem em espírito e em verdade. João 4.24:

“Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”

E foi justamente isto que Jesus mostrou para aqueles que estavam vivendo em espírito no inferno, ou seja, podemos crer que Jesus lhes falou o seguinte:

Sabe por que vocês estão aqui? Porque vocês eram extremamente carnais, corrompidos pelo pecado e como conseqüência disso, suas vidas espirituais estavam mortas.
E a partir daí lhes mostrou o significado do dilúvio, ou seja, mostrou-lhes que o dilúvio é exatamente a figura do batismo (lembrando sempre que isto é o que nós pensamos mediante as Escrituras), e explicou-lhes o seguinte. Quando veio o dilúvio sobre a terra, tudo o que era carnal, tanto homem como animal, tudo que havia no seco morreu. Gênesis 7.21-23:

“Pereceu toda a carne que se movia sobre a terra, tanto ave como gado, animais selvagens, todo réptil que se arrasta sobre a terra, e todo homem tudo o que tinha fôlego do espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia na terra seca, morreu. Assim foram exterminadas todas as criaturas que havia sobre a face da terra, tanto o homem como o gado, o réptil, e as aves do céu; todos foram exterminados da terra; ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca.”

Mostrou-lhes que o dilúvio significou o sepultamento de toda carne, e que só sobreviveria ao dilúvio aqueles que estivessem vivendo em espírito, e neste caso somente Noé e sua família. Mostrou-lhes que devido a eles só pensarem nas coisas terrenas e pecaminosas, eles não tinham vida espiritual e sendo assim quando as águas do dilúvio fizeram expirar suas vidas carnais, não restou a eles nenhuma chance, porque a oportunidade que teriam, seria a mesma que teve Noé e sua família, que viviam em espírito e por isso foram salvos.

“A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas.” Gn 1.2

Mas quanto a eles, além de perecerem na carne não tiveram chance alguma porque deliberadamente eles mesmos trataram de ignorar a vida espiritual, rejeitando a pregação de Noé, que pela fé creu com sua casa, pregou o juízo de Deus, o qual aqueles deliberadamente ignoraram e por isso pereceram. E abrindo aqui um espaço, digo, que hoje também todo aquele que é carnal irá perecer e só os espirituais e que serão salvos. Por isso, penso ser de suma importância termos uma consciência clara sobre o significado do batismo, para que não caiamos no mesmo engano que eles caíram e pereceram. Creio então que esta foi uma das palavras de Jesus no inferno; pereceram por serem extremamente carnais, e todos os que estavam ali no inferno precisavam saber disto, pois, embora eles estivessem vivendo em espírito, eles serão julgados pelas obras que praticaram enquanto viviam na carne. 1Pe.4.6:

“Pois é por isto que foi pregado o evangelho até aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito.”

E mais, Jesus ainda lhes falou da sua vida, morte e ressurreição, e que todos quantos cressem, viveriam eternamente com Ele, e que Noé creu com sua casa e por isso se salvou, Noé creu no invisível, e isto foi pela fé, a qual eles também podendo crer, ignoraram, preferindo viverem dissolutamente, e por isso pereceram. Mostrou-lhes também que não havia mas nenhuma chance de arrependimento para eles, porque como já vimos, nós seremos julgados pelas nossas obras praticadas enquanto estivermos na carne, pois quando deixarmos este corpo carnal, só nos resta esperarmos o julgamento pelas nossas obras realizadas aqui nesta vida terrena.

“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo.” Hb 9.27

“E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação,” 1 Pe 1.17

“E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e o além entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um segundo as suas obras.”
Ap 20.12-13

Há ainda um outro assunto que queremos abordar. (Satanás nunca teve a chave do inferno lugar de tormento), não há referencia alguma na Bíblia sobre isto, pois tudo está como sempre esteve, ou seja, no controle do único e soberano Deus. Há porém a seguinte referencia em Hebreus 2.14 que diz:

“Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e sangue, também ele semelhantemente participou das mesmas coisas, para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo.”

E de que forma Satanás conquistou este império? Através do pecado, pois a escritura diz:

“Porque o salário do pecado é a morte...” Rm 6.23

E depois de um tempo em que o homem pecou, veio a lei, mas esta não pode livrar o homem da morte, pois estava enferma pela carne.

“Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado.” Rm 8.3.

A lei veio para mostrar o pecado, pois sem a lei o pecado não era imputado.

“...porquanto pelas obras da lei nenhum homem será justificado diante dele; pois o que vem pela lei é o pleno conhecimento do pecado.” Rm 3.20

“Porque antes da lei já estava o pecado no mundo, mas onde não há lei o pecado não é levado em conta.” Rm 5.13

“Sobreveio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça” Rm 5.20

Mesmo com a lei, Satanás prevalecia com o império da morte, mas:

“Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado.” Rm 8.3

Cristo condena o pecado da carne, na carne, e o fato de se fazer pecado por nós, nos livrou do medo da morte.

“E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Hb.2.15

Aquele que nunca pecou, morreu por nossos pecados, e pela sua morte trouxe-nos a vida, ressurgindo dentre os mortos, vencendo a morte e o inferno. Pois era impossível que fosse retido por ela, e com isso, a saber, com o derramamento do seu sangue na cruz do calvário, comprou para si homens de todas as tribos, línguas e nações, e ao ressuscitar aniquilou o que tinha o império da morte.

“...para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo.” Hb 2.14

“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.” Cl 2.14-15

“E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno(sepultura).” Ap 1.18

Pois “Tragada foi a morte na vitória.” 1Co 15.54 b

“Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso SENHOR Jesus Cristo.” 1 Co 15.55-57

Penso que esta foi a mensagem de Jesus no inferno. E por fim analisemos o maravilhosissimo texto de Ef.4.8-10:

“Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, E deu dons aos homens, ora, isto ele subiu que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.”

No versículo 9, diz que Jesus desceu as partes mais baixas da terra, ou seja, no inferno (lugar de tormento). O texto de Lucas 16 nos mostra esta realidade, concernente ao que sejam as partes mais baixas da terra, que é o inferno onde Jesus esteve. Entretanto este texto mostra-nos uma outra realidade, um mistério de Deus, veja:

“Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, E deu dons aos homens. Ora, isto ele subiu que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra?”

Após a ressurreição Jesus desceu até as partes mais baixas da terra, e isto antes de subir, conforme declara o texto, e isto também é justiça de Deus. Após ter descido até as partes mais baixas, Jesus sobe, veja:

“... Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro”.

O que aprendemos com isto? Para entendermos esta passagem observemos o diálogo entre Abraão e o rico em Lucas 16.23-31.

"No inferno, estando em tormentos, o rico ergueu os olhos, e viu Abraão e Lazáro no paraíso, pelo que pediu a Abraão que mandasse a Lazáro que molhasse a ponta de seu dedo na água e lhe refrescasse a língua. Pelo que Abraão lhe respondeu: Há um grande abismo entre nós o vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para cá."
Observe que antes de Jesus subir levando cativo o cativeiro quem estava no inferno via o paraíso, pelo menos Abraão viu o inferno, pois o rico viu a Lazáro e Abraão, e Abraão viu o rico, entretanto havia um grande abismo entre estes dois lugares, inferno e paraíso.
Antes de Jesus subir, depois de sua ressurreição, Ele desceu ao inferno, após sair do inferno onde pregou o evangelho se cumpre o que está escrito em Salmos 68 que diz:

“Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro.” Sl 68.18a

Ou seja, o inferno e o paraíso estavam ambos nas partes baixas da terra por causa da Aliança da moorte, sendo que, o inferno em tormento; o seio de Abraão, um paraíso; o inferno bem mais abaixo, o paraíso mais elevado, e um grande abismo entre eles, por isso o rico teve que erguer os olhos, entretanto ambos estavam nas partes mais baixas da terra. Quando Jesus sai do inferno, Ele vai ao paraíso (imagine agora este mistério, os habitantes do paraíso vendo Jesus vitorioso, ressurreto, glorificado e pregando o evangelho no inferno), que é o cativeiro provisório dos santos. Jesus leva cativo, privativo o cativeiro (paraíso) para o alto, e o coloca debaixo do altar do Deus Todo Poderoso.

“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram.” Ap 6.9-11

Até que se cumpra o que está escrito em Mateus 16.18, veja:

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”

O paraíso deixa de estar nas regiões baixas da terra, “próximo” ao inferno, e vai conduzido por Jesus Cristo até debaixo do altar do Deus Todo Poderoso, onde é depositado, aguardando o dia da glorificação, para que sem nós eles não sejam glorificados, aperfeiçoados.

“Provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” Hb 11.40

Primeiro, de que forma isto aconteceu? Vejamos Salmos 68.17-18.

“Os carros de Deus são vinte milhares, milhares de milhares. O Senhor está entre eles, como em Sinai, no lugar santo. Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os homens, e até para os rebeldes, para que o SENHOR Deus habitasse entre eles.”

Olha, não vamos nos aprofundar neste texto, pois é de uma dimensão espiritual muito grande, entretanto creio que este foi o momento profetizado pelo salmista em que, O SENHOR DEUS TODO PODEROSO, vem com os seus milhares e milhares de Anjos e carros de fogo e leva os santos, habitantes do paraíso, das regiões baixas da terra, e os conduzem em seus carros com o auxilio dos seus santos Anjos (que são espíritos ministradores a serviço dos santos), e os colocam debaixo do Seu altar, até o dia em que seremos todos aperfeiçoados. Imagine agora, se é que podemos este santo espetáculo proporcionado pela vitória de Jesus na cruz, mediante a sua incondicional obediência, pois em tudo foi obediente a Deus o Pai, pois a Escritura diz:

“E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2.8

Segundo, porque isto aconteceu?

“O nosso Deus é o Deus da salvação; e a DEUS, o Senhor, pertencem os livramentos da morte.” Sl 68.20

“E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno”Ap 1.18

“E livraste todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Hb 2.15

Estes fatos não necessitam de comentários, pois falam aos olhos e corações espirituais, que Deus nos possa nos capacitar através Espírito Santo a compreendermos as delícias de suas palavras, e para finalizar veja a narrativa do Sl.24, que descreve o momento que se deu a entrada de JESUS O REI DA GLÓRIA com os santos diante do trono do DEUS PAI O TODO PODEROSO.

“Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. Porque ele a fundou sobre os mares e a firmou sobre os rios. Quem subirá ao monte do SENHOR ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do SENHOR e a justiça do Deus da sua salvação. Esta é a geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó. (Selá) Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O SENHOR forte e poderoso, o SENHOR poderoso na guerra. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O SENHOR dos Exércitos; ele é o Rei da Glória. (Selá)”. Sl 24
Por: Ralph Castello.

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